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Entrevista com Pinkerbell

Nesta entrevista com a artista e tatuadora turca Pinkerbell, ela fala sobre sua paixão pela cerâmica e como ela está tentando espalhar a história e a cultura da Anatólia, através de tatuagens únicas e distintas.

A artista que vive em Ancara, Pinkerbell, quer compartilhar pequenos pedaços da antiga cultura da Anatólia com seus clientes, literalmente. Ela adora pintar as artes das cavernas da Anatólia e figuras primitivas com as mais minúsculas pinceladas. Embora possam parecer simples, seu significado e importância são muito profundos. Nesta entrevista, Pinkerbell fala sobre sua experiência e processo criativo.

Conte-nos um pouco mais sobre você.

Eu acho que desenho desde os 5 ou 6 anos. Fui uma criança com muita imaginação. Lápis, pincéis e papéis eram a melhor forma de me expressar. Quando eu tinha 6 anos, pintei um cavalo, que vi de um livro infantil. A imagem do livro era muito pequena, cerca de 3 x 3 cm. Minha mãe ficou louca quando viu. provavelmente o primeiro ponto crucial da minha vida. Depois disso, ela sempre me apoiou no estudo de artes. Graças a esse apoio e todo o meu trabalho árduo, pude estudar no colégio de artes plásticas. Depois de me formar lá, continuei minha educação artística na Hacettepe University, estudando cerâmica. Era muito difícil me manter como estudante universitária, então decidi trabalhar como garçonete. Depois de um tempo, percebi que meu trabalho estava me afastando dos estudos e impossibilitando a produção de qualquer obra. Ganhar dinheiro com o que sou apaixonada, foi a melhor decisão que já tomei e provavelmente a maior mudança de toda a minha vida.

Quando você decidiu começar sua carreira de tatuadora?

Antes de começar a tatuar, eu tinha uma mini butique no Instagram, aonde vendia coisas que tinham meus próprios designs impressos ou pintados. Eu achava que meus designs eram adequados para tatuagens, eu até queria tatuar um desses designs em mim. Para mim, é muito precioso e valioso quando um design é único, pertencente a apenas uma pessoa. Mas era um pouco impossível para a boutique. Meu desejo de fazer uma tatuagem estava ficando maior com meu amigo insistindo para que eu tentasse. Então, decidi tentar. Foi assim que comecei minha carreira de tatuador. Já se passaram quase 2 anos!

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Quando você se interessou por artes das cavernas e figuras primitivas? Eles têm alguma relação com seus estudos de cerâmica?

Claro que sim. Na verdade, há uma razão específica pela qual eu queria estudar a cerâmica. No colegial de artes plásticas, tivemos uma grande formação em desenho, pintura, escultura e design gráfico combinados. Mas não tivemos oportunidade de fazer cerâmica. Isso me fez querer estudar cerâmica na faculdade, me sentir totalmente equipada, saber mais sobre diferentes disciplinas. Na época do ensino médio, eu já tinha um grande interesse por cerâmica, graças a um incrível artefato histórico chamado "Vaso İnandık" que eu vi durante as férias escolares no Museu de Civilizações Anatólias de Ancara. Era um vaso de 43 cm de diâmetro, 82 cm de altura, com figuras primitivas que representam uma cerimônia sagrada de casamento. Fiquei simplesmente pasma com ele. Meu interesse pela cerâmica continuou crescendo desde aquele dia, e ainda continua.

De onde vêm suas figuras primitivas e o que significam?

Sempre evitei criar obras de arte kitsch e comuns. Queria que todos fossem únicos e característicos. É da mesma forma para o meu processo de tatuagem. Eu observei tatuadores e pessoas que fazem tatuagens ao meu redor, percebi que a tatuagem é apenas um cosmético para a maioria deles. Isso me levou a fazer pesquisas sobre a história da tatuagem. Nessas pesquisas, aprendi que fez parte das cerimônias religiosas que datam de 30.000 a.C. Ainda estou pesquisando e vou continuar porque acredito que é uma grande parte do meu processo de design. Pelas informações que aprendi, também estou simbolizando rituais religiosos, divindade dos animais, caça e muito mais em meus desenhos primitivos. Seguindo a dinâmica da arte das cavernas, estou desenhando e fazendo tatuagens que têm a intenção de contar uma história.

Por quais tatuadores você é influenciada?

Ghinko, Inal Bersekov e Brody Polinsky são os que eu sigo e me inspiro mais. Admiro muito a técnica e paciência deles.

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Como é o seu processo criativo? Você decide / muda a ideia / a posição original da tatuagem de seus clientes?

Eu leio artigos e assisto muitos documentários durante o processo de criação de um design primitivo. Para ser sincera, estou procurando em todas as fontes que consigo encontrar sobre o assunto. Acredito que esteja me ajudando a ter certeza do que estou fazendo, evitando que eu fique inconsciente. Em seguida, estou misturando as coisas que aprendi com as imagens em minha mente e as transformo em esboços. Muitos esboços toscos. Quando eu acho que é o suficiente, eu começo a eliminá-los até ter certeza de um e dou o acabamento para ser um desenho de tatuagem único. Eu escuto todo mundo que quer fazer uma tatuagem comigo, sem interromper. Eles geralmente não têm todas as escolhas mais precisas e têm a mente muito aberta. Portanto, estou tentando ajudá-los a obter o melhor a partir de suas idéias e desejos. Acredito que o mais importante é nos comunicarmos, nos entendermos e nos respeitarmos. Uma boa comunicação torna tudo discutível; ideia, design, posicionamento. Isso deixa nós dois felizes no final.

Quantas tatuagens você faz por dia/semana?

Estabeleci uma cota para manter minhas tatuagens no mais alto padrão que puder. Máximo de 2 tatuagens por dia e 12 por semana.

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Qual é a sua opinião sobre o estado da indústria hoje?

Olhando hoje, especialmente as pessoas que querem se tatuar estão muito mais conscientes. Ver uma grande quantidade de tatuagens nas redes sociais pode ser o motivo. As tatuagens estão melhorando tecnicamente a cada dia. Apesar de todo esse desenvolvimento, acho que as pessoas estão repetindo ideias e conceitos um pouco demais. Olhando pelo lado bom, isso também dá a outras pessoas que tentam ser criativas e únicas a oportunidade de brilhar e crescer.

Como você se vê daqui a 5 anos? Algum objetivo?

Não vou mentir, estou muito confiante sobre mim e minhas obras. Meu maior objetivo é espalhar essa cultura sem precisar me mudar, mas indo para outros países por um curto período de tempo como artista convidado.

Se alguém quiser ser tatuado por você, o que deve fazer? Como eles devem entrar em contato?

Basta quererem fazer uma tatuagem única, então, eles podem me enviar um e-mail.

Há algo que você gostaria de acrescentar que pode ser interessante para nossos leitores? Algum conselho que você gostaria de dar?

Corra atrás do que te excite, do seu entusiasmo, do que você acredita. Mesmo que sua família ou amigos mais próximos não estejam apoiando você. Se você tomar uma decisão acreditando nela e investindo, é quase impossível falhar. Foi um prazer fazer a entrevista com vocês, amo a todos vocês!

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Para informações de contato e seguir a Pinkerbell, veja o perfil dela no Tattoofilter clicando aqui.

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